O
amor pela cultura egípcia se tornou tanto que atravessou o oceano e chegou ao
Brasil Império onde Dom Pedro I compra algumas peças da cultura egípcia do
Italiano Nicolau Fiengo. Nicolau veio para o Brasil com um lote de antiguidades
Egípcias e Greco-Romanas, passa pelo Rio de Janeiro e segue para a Argentina.
Parado por um bloqueio em Montevidéu, retorna para o Rio de Janeiro onde o
Conselheiro José Bonifácio fica e sabendo e recomenda ao Jovem Dom Pedro I que
adquirisse os artigos. A compra foi efetuada no dia 10 de abril de 1827. No
trecho abaixo Dom Pedro I se refere à aquisição das peças:
“Attendendo ao que me representou Nicolau Fiengo,
que propoz a venda das antiguidades egípcias, já depositadas no Museu Nacional
desta corte: Hei por bem que pelo Thezouro Publico se pague ao dito Nicolau
Fiengo a quantia de cinco contos de reis, em que elle avaliou as referidas
antiguidades; verificando-se o pagamento desta compra a prasos de seis, onze e
desouto mezes.” (SOUZA: 1999, p.7)
Depois que os objetos do Egito Antigo foram
comprados permaneceram depositados no
Museu Nacional. A Paixão pelo Egito Antigo continuou no reinado de Dom Pedro
II, ele visitou o Egito duas vezes anotando tudo que viu e os monumentos que
visitou, criando seu diário escreveu que: “se os brasileiros não podiam ir ao
Egito” este tinha que vir até eles (BAKOS: 2005, 65).
As
primeiras pesquisas sobre o tema no nosso país, só começaram em 1995 e foram
feitas pela professora doutora Margaret Marchiori Bakos, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Nelas a pesquisadora visitou vários
locais do nosso país e constatou traços do Egito Antigo em casas, objetos e
monumentos.
No
seu livro intitulado “O Egito Antigo: na fronteira entre a ciência e a
imaginação”, do ano de 2003, ela afirma que o gosto pela Egiptomania chegou ao
Brasil vindo da África e que não tem o papel de transmitir o seu sentido
original, mas de ser utilizado em expressões artísticas ou na venda de algum
produto:
“De fato, o gosto pela reutilização de
elementos da cultura egípcia antiga, no Brasil, chegou até nós vindo da África
às Américas, ao sabor das etnias, de credos e de valores mundanos muito
diferenciados. Tais práticas se constituem, além de exemplares únicos, em
fragmentos preciosos de um fenômeno de transculturação de longa duração, que
vem atravessando espaços oceânicos e continentais em um movimento contínuo e
intermitente: a apropriação, por outras culturas, de elementos do antigo Egito.
Elas demonstram que a civilização ocidental foi construída tomando algumas
peças de empréstimo ao oriente, ainda que o mosaico resultante fosse sempre
diferente, essencialmente ele era o mesmo”.
“(...) É que essa última (a Egiptomania) não
condiciona a apropriação de elementos do Antigo Egito, ao conhecimento
específico e erudito de seu significado original, à época de sua criação, mas à
sensibilidade daqueles que a utilizam, seja para expressão artística, seja para
a venda de algum produto”.
Em
Curitiba, foi encontrada uma casa num condomínio de classe alta que tinha na
sua decoração objetos que faziam alusão ao Egito. A casa era de propriedade do
dono da Editora Paranaense, e nela tinham vários painéis em alto relevo, além
de encavos, mosaicos e vitrais feitos por vários artistas.
Também
no Rio Grande do Sul, na cidade de Pelotas podemos ver a influência do Egito
Antigo em casas, nome de lojas e monumentos.
Um comentário:
VOCÊS TEM ALGO MAIS CONSISTENTE SOBRE O ASSUNTO, TIPO UMA PESQUISA MAIS APROFUNDADA SOBRE A INFLUÊNCIA DA CULTURA E FILOSOFIA EGÍPCIA SOBRE OS POVOS QUE FORAM TRAZIDOS AO BRASIL COMO ESCRAVOS?..
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